Tragédia no Rio Grande do Sul: como crianças chegam, são recebidas e cuidadas em abrigos durante enchentes

  • 09/05/2024
(Foto: Reprodução)
Fortes chuvas atingem o Rio Grande do Sul desde o fim de abril (capital é uma das regiões mais atingidas por causa da cheia do Guaíba). Municípios do estado calculam pelo menos 100 mil casas destruídas ou danificadas. Diante da tragédia causada pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o fim de abril, muitas famílias precisaram ser levadas para abrigos. E o resgate de casas praticamente submersas, muitas vezes, tem separado crianças de seus responsáveis. Para Jeferson Leon Machado da Silva, presidente da Associação dos Conselheiros Tutelares do Rio Grande do Sul, um dos desafios é identificar crianças e seus responsáveis, que podem estar em abrigos diferentes. Em Canoas e Porto Alegre, por exemplo, duas das cidades mais atingidas, um fluxo foi criado, como ele explicou em entrevista ao podcast O Assunto desta quinta-feira (9). "Quando chega uma criança e essa criança não está com a família, [ela] já vai diretamente para o acolhimento institucional." Soldados trabalham no resgate de vítimas em Porto Alegre, nesta quarta-feira (8). Diego Vara/Reuters E, como muitas vezes a criança pode não saber sua identificação completa, há um cuidado maior ao entregar menores aos que se apresentam como seus responsáveis, que também podem estar sem documento. "Não está fácil essa identificação, mas ao mesmo tempo as equipes não estão facilitando para entregar qualquer pessoa que diga que é pai e mãe." Os órfãos da tragédia no Rio Grande do Sul Neste momento, como explica Jeferson, é fundamental o trabalho de assistentes sociais e psicólogos que analisam as afinidades e os dados de cadastro. Ele cita como exemplo o salvamento de uma família em que os adultos foram levados para a cidade de Guaíba, mas a criança foi para Porto Alegre. "Depois de algumas horas que foram descobrir, que aí as informações, os cadastros de um e de outro começaram a bater." Também segundo Jeferson, algumas crianças chegam em boas condições, enquanto outras já apresentam sinais de debilitação. "Varia muito pela condição, o tempo que ela ficou lá [esperando resgate]. Algumas crianças, como a gente sabe da própria inocência, não têm ainda a noção do que está acontecendo, desembarcam às vezes sorrindo, abraçando. E algumas com sinais [...] de debilitação total." Também em entrevista ao podcast, Daniela Mombach, psicóloga que atua em abrigos, destaca como conversar com crianças e o que evitar falar e perguntar. "Onde tu estudas? O que que tu gostas de fazer? Onde tu mora? Nada disso mais você pode perguntar, porque ela perdeu tudo." Daniela lembra que mesmo que os pais cheguem para resgatar as crianças, eles não vão voltar para casa. "Quando os pais chegam para resgatar, eles não estão levando ela para casa. Eles não estão voltando para casa." Voluntária, Daniela relatou ter recebido o pedido de uma criança para que fizesse leite com achocolatado para ela. "Eu senti que aquela mamadeira me acolheu também. Eu peguei ela quentinha e pensei 'a gente pode ajudar de uma maneira que parece tão pequeno, mas hoje em dia isso é tão grande'." E como ela foi impactada por um desenho feito por outra criança abrigada. "Ela começou a desenhar e foi quando eu peguei o desenho dela na mão quando ela terminou. Esse desenho foi muito emblemático para mim. Eu nunca vou me esquecer dele. Tinha um sol bem pequenininho num cantinho da folha e o resto da folha era simplesmente rabiscos e ondas." "A gente sabe que as crianças elas não verbalizam. Muitas pessoas acham que elas não entendem o que está acontecendo, mas elas entendem dentro do mundo da fantasia, dentro do mundo delas. E eu olhei aquele desenho e pensei que é impossível dizer que ela não estava entendendo." Os temporais causaram 100 mortes e deixaram 128 desaparecidos. 401 dos 497 municípios sofreram algum tipo de dano. Municípios do estado calculam pelo menos 100 mil casas destruídas. Ouça a íntegra do episódio aqui. As crianças no centro da tragédia no RS

FONTE: https://g1.globo.com/podcast/o-assunto/noticia/2024/05/09/tragedia-no-rio-grande-do-sul-como-criancas-chegam-sao-recebidas-e-cuidadas-em-abrigos-durante-enchentes.ghtml


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